quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eventos do CASULO (Um dos “cadernos” do BLOG) “IMAGENS QUE TE QUERO LER” com a escritora e poetiza Rosena Murray




Luana Dias, coordenadora de eventos do nosso colégio é uma das várias parceiras na criação do projeto “Imagens Que Te Quero Ler “. E é ela quem dá início a ele, falando sobre as várias atividades desenvolvidas ao longo das semanas aqui, no Casulo.
 Atividades essas que envolveram as disciplinas (Língua Portuguesa e Artes), abrindo novos horizontes para esse mundo mágico dos livros, e, no caso, para o mundo das obras poéticas de Roseana Murray.  
A abertura do projeto, na última quinta-feira do mês passado, fora uma bela interpretação de uma série de poemas dessa brilhante escritora e poetiza a Roseana Murray.
A aluna Júlia Miller, da terceira série do Ensino Médio, “emprestou sua voz de atriz” à interpretação das poesias “Xale”, “Voz” e “Zelo”, do Manual da delicadeza, trabalhado no 4º ano. Ao fundo, num mix de shows tecnológicos, os espectadores se emocionavam com o teatro de sombras interpretado por uma aluna do 4º ano.
Começava então uma entrevista muita engraçada feita pela turminha, com perguntas do tipo: “Me ensina a fazer poesia?”
Roseana fala, então, sobre suas teorias poéticas, como a da música e do intérprete, na qual ela seria a compositora e nós os ouvintes, responsáveis por apreciar (ou não) a “melodia” e por passá-la adiante...

Segue abaixo a parte da entrevista feita por nós, do blog:
Alunos: Na sua página na internet você diz: Sou filha de imigrantes poloneses que vieram para o Brasil fugindo do antissemitismo...” Como foi a relação com seus pais quando você era criança?
Roseana Murray: Meus pais eram bastante amorosos e presentes do jeito deles, mas eram muito distantes de mim ao mesmo tempo. A relação dos pais com os filhos é muito mais legal atualmente. Era uma geração muito diferente. Vocês têm sorte, pena que alguns não saibam aproveitar isso.
A: Da onde veio essa relação tão forte com a natureza, que tanto mostra nos seus poemas, etc?
RM: Não sei, mas me sinto profundamente ligada à natureza. Eu não conseguiria viver numa cidade grande, como São Paulo ou Nova Iorque. Acho que a poesia “secaria” dentro de mim.
A: O quanto você tem da Kira, sua “neta emprestada” travessa e risonha?
RM: A Kira é uma criança de poucos anos de idade. É daquelas que riem de tudo, que basta um espirro ou uma corrente de vento pra fazer cair na gargalhada.Todo mundo tem muito da Kira, então. Eu tinha demais, claro. Vivia fantasiando, perguntando, brincando. Mas eu já era um pouco diferente, acho que é mais uma diferença de gerações: gostava de ler e estava sempre assistindo ao “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. O que eu mais imaginava era estar por lá e participar das histórias. Essa é a Kira. Muitos de nós esquecemos disso. Alguns adultos têm, inclusive, umas brincadeiras feias, de mau gosto. O mundo precisa de mais “Kiras”.
A: Você diz que “invejava” sua professora quando criança, por vê-la sempre com um picolé em sala, mas era, pra você, uma recompensa que só os professores podiam ter. Queria até ser professora antes de descobrir seu grande dom poético. Qual seria seu “picolé”, a sua recompensa como poetiza?
RM: É tudo, a poesia é uma parte da minha vida. O mundo é visto de outras formas com a poesia. Mais colorido pra alguns, digno de mutação pra outros. Pra mim é um meio evasivo, uma forma de interagir com os outros e com a natureza. A poesia pra mim é, resumidamente, como respirar.
A:Tenho muitos livros publicados e leitores de todas as idades, aliás, não acredito em idade, mas sim em experiências vividas. Fico muito feliz quando penso que um poema que escrevi aqui na minha mesa, sozinha, chega a lugares tão distantes e emociona tanta gente.” Conte-nos sobre sua teoria da idade.
RM: Nossa sociedade privilegia muito a imagem da juventude. É uma idade em que você acredita que pode fazer tudo o que sonha. É como uma terra cheia de sementes. Mas quando ficam mais velhos vão perdendo esse sentimento. Só que quando a idade passa, é muito bom ver o que você deixou. Existem pessoas da minha idade que lutam para ser jovens para sempre e isso para mim não está certo. Em algumas culturas os mais velhos são como uma biblioteca do povo (...). O que eu sinto, de verdade, é que a idade não nos impede de fazer coisas. Nada me impede de fazer amigos de todas as idades.
A: Qual a dica que você daria para alguém que está começando agora a fazer poesias e que deseja como você, a alcançar este grau de reconhecimento por seu trabalho?
RM: Antes de qualquer coisa, o poeta tem que ser um leitor da poesia e livros, em geral. E também tem que achar sua própria voz. A maneira como se vê o mundo, sua respiração. Fugindo, é claro, dos clichês e achando sua maneira própria de fazê-lo. Essa é a parte mais difícil. Esse é meu conselho.
HORIZONTE

Se eu apagasse a fina linha
do horizonte
será que o céu cairia
no mar?
E as estrelas e a lua
começariam a navegar?
Ou será que o mar viraria
céu
e os peixes aprenderiam
a voar ?
Roseana Murray
E para você que gostou, aqui está o link para o blog da Roseana, com poemas perfeitos e muito mais!
 http://www.blogdaroseana.blogspot.com/

2 comentários:

Zéh disse...

Olhem o meu BLOG também HAHA' http://perlatons.blogspot.com/

Aquele da primeira foto sou eu.A outra é a Vivi...a do canto direito:P
A Rosena é um amor! Pena que n deu pro pessoal do Ensimo Médio conhecê-la melhor *----*

Roseana Murray disse...

Adorei passar por aqui. beijos em todos!!! Roseana Murray